Virada de ano

on domingo, 6 de janeiro de 2008

Jorginho era o nome dele. Dele quem? Do estudante de cursinho que já estava de férias há um mês e a única coisa que fazia era ler e falar com os amigos pelo computador. Dia 31 de dezembro, véspera da virada de ano, estava ele a digitar no "msn" algumas palavras para com seus amigos. Poucos se encontravam conectados, pois eles deveriam estar divertindo-se em algum lugar com a família, estar na beira-mar aguardando no meio de tanta gente os fogos de artifício que iluminariam o céu enegrecido pela noite.

O tédio pouco a pouco tomava conta de seu corpo, de sua mente, e uma vontade muito grande de sair naquele dia corria em suas veias. O seu coração bombeava litros e mais litros de sangue que faziam seu corpo agitar por dentro. Seus órgãos internos passaram a produzir substâncias até então desconhecidas por muitos cientistas renomados em todo o Mundo. A libidinagem, a esperteza, que não era característico dele, e a vontade de sair do ócio eram uma das substâncias. Sentado em frente ao computador, cabisbaixo, refletia sobre os possíveis lugares para onde poderia ir. Eram vários. Não conseguiu sozinho decidir-se e então resolveu ligar para alguns amigos. A maioria destes estava com o celular desligado, e os que atendiam localizavam-se em casa com a família. Após muito tempo, lembrou de um amigo próximo, que morava perto de sua casa. Foi só lembrar. Escutou batidas na porta e ao abri-la se deparou com ele.

Todo ano, Emanuel dirigia-se até a casa de Jorginho para rangar a deliciosa comida (era a única do ano) preparada pela madrasta. Havia bolo com cobertura de leite condensado salpicado com alguns grânulos adocicados e coloridos, torta de frango, entre outras coisas. Aproveitando a presença do amigo, Jorginho fez-lhe a proposta de sair para algum canto antes da zero hora. O amigo, liso feito uma enguia, disse que não dava, frustrando Jorginho.

- Cara, agente pode descer – disse Emanuel pouco animado

- Mas quem ta lá em baixo?

- Tem uma galera aí...não ta lá essas coisas, mas da pra tentar se divertir – titubeou manozo, como era chamado carinhosamente por Jorge.

- A minha vontade era de sair mesmo, mah!

- Mas agente vai sair pô, vai não?

- Vai, mas não é de verdade... Ah! tá certo, eu vou.

Arrumou-se aprimoradamente, parecia que ia para uma grande festa repleta de pessoas, principalmente mulheres. No entanto, ao contrário do que imaginava, viu-se diante de uma quantidade irrisória de condôminos, maioria homem, e as mulheres que tinham eram velhas cansadas e casadas. Não saiu de casa, e sim do apartamento. Acabou que ficou sem fazer nada. Quer dizer. Ficou conversando com manozo no salão de festas: a garagem desocupada.

Deixe a preguiça de lado!

on sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Demorei bastante para me decidir se fazia ou não este blog. Não me sentia suficientemente capaz de publicar textos, pois tinha medo de que eles não servissem para nada, de que eles não agradassem a ninguém. Porém, depois de muito relutar, percebi que eu não deveria ter ânsia alguma com relação a isso, já que meu objetivo é adquirir conhecimento o suficiente para me erguer na vida de maneira positiva. Àqueles temerosos em ter seus textos lidos, façam como eu neste exato momento, deixem a vontade, a prática, a procura de aprendizado dominar vocês, pois só assim poderão escrever o quanto quiser.