Que caverna escura, suja! Como vim parar aqui? Não me lembro. Para onde quer que eu olhe, só vejo trevas, nada mais. Apenas escuto estalidos. O que poderia causá-los? Talvez seja os morcegos. Morcegos! Detesto morcegos, o que faço, para onde me dirijo? Sinto meu coração palpitar muito rápido, meu suor frio banhar-me, meu corpo tremer. Quero andar, mas não consigo. Vou sentar um pouco, talvez me acalme.
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O que é isso! Socorro, alguém... alguém me ajuda! Ele está aqui para me atormentar. É ele, eu tenho certeza: o Medo. Não levante a cabeça, não levante, não levante, não levante, não levante. Que droga, será mesmo o meu fim? Espero que não. Que estranho, as minhas costas parecem estar encostadas em algo confortável. As pedras incômodas não se encontravam ali. O que poderia ser? Essa pequena curiosidade meio que me tranqüilizou. Levantei-me. Deixe-me ver, melhor dizendo, sentir. Hum, não poder ser, é um caixão!! Será que tem mais... dois, três, quatro... mas que lugar é esse, eu quero sair daqui, eu... minha respiração... sinto-me sufo... ca ...do, al...guém...
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Estou deitado. Provavelmente, devo ter morrido. O que é aquilo? Minha vista está embaçada, mas tenho certeza de que é uma luz. Eu tenho que me aproximar. Vamos, corpo desgraçado, vamos! Não adianta, não se move. Uma lágrima? Não, não vou chorar, não vou... uma gota significaria entregar a vitória ao Medo. A dor é grande, muito grande, mas vou resistir.
A luz está se aproximando; a dor diminuindo. Como pode? Será alguém com uma lanterna apenas? Não, não é isto. Essa luz tem algo diferente das outras luzes. Sinto-a transpassar todo o meu corpo. Ela parece purificar tudo ao seu redor. Preciso chegar perto, chegar perto.
Então, esta é a origem da luz. Agora, quero ficar nesta caverna. Ficarei deitado ao seu lado. Não vou deixar ninguém machucá-la. Neste mundo em que vivemos, até mesmo você pode salvar uma vida, pode acalmar corações atormentados, pode fazer milagres. Quando é que eu poderia imaginar o seu surgimento aqui, onde a noite é eterna? Agora, posso sorrir e ficar em paz. Obrigado, querida Rosa Branca.
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