Domingo, 29.

on domingo, 29 de abril de 2012
Pessoas, muitas pessoas. Ainda bem que existem e são tão diferentes umas das outras. É o que da graça à vida.

A manhã não foi tão agitada como gostaria. Não posso exigir tanto dela que, por sinal, estava bela e quente. O sol iluminava forte, sem piedade à pele dos alvos rapazes e das alvas moças. A luz vinha tão intensa e perturbadora que nem mesmo os morenos e as morenas, os negros e as negras, nem mesmo estes resistiam ao calor. Todos suavam muito e exibiam expressões faciais que mais pareciam caretas. Sobrolhos frisados, olhos quase cerrados, nariz contraído, boca torta... Eram caretas. Sem querer, faziam-nas e diziam a mim o quão perturbados os passantes estavam. Estes torciam por uma boa chuva. Alguns, enquanto caminhavam, talvez pegassem o terço e rezassem uns Pai Nosso e umas Ave Maria, a ver se o Pai fazia cair uma gota e outra de chuva para aliviar o pesar; Outros, menos crentes ou descrentes, apenas suplicavam a Ele sem reza.

Nada. O Sol veio imponente. A única salvadora da tormenta seria a Noite, que estava longe de chegar.

Passada a manhã, vi-me diante da casa. À tarde, entrei nela e encontrei risos contidos e soltos, ótimos amigos. Meus dedos trabalharam e venceram desafios; meus pés pisavam e faziam-me caminhar por entre os cômodos da humilde residência; minha boca inquieta lançava palavras ao vento, palavras e ditos chistosos, palavras certas e incertas. Diverti-me bastante, como sempre. Às vezes, a melancolia fala mais alto... Às vezes. Não quero, agora, entrar nos motivos que a causa.

Já é tarde. Preciso escrever à minha irmã ainda. Serei breve. Se o cansaço e o sono me derem alguns minutos a mais de vigor, irei visitar meu colega Aires, quem não cansa de fazer seus estudos sobre a bela Fidélia.


Filho Pródigo

on sábado, 28 de abril de 2012
Aí está. Nova cara, espero que mais bonito. A escolha do template não foi demorada. Ao contrário, foi rápida. Tentarei, a partir de hoje, não me furtar da escrita. Escreverei, simplesmente escreverei, textos curtos, médios ou longos. O tamanho, o lirismo, a cadencia, a bagunça, o ritmo, tudo dependerá do estado da minha alma e do meu coração.

Os textos, peço que os acompanhem, se puderem. Sendo eu a mãe deles, ficaria grato se tivessem um pai a acompanhar o crescimento e a evolução das crianças nascidas da pena virtual.

Ademais, expresso a alegria que o retorno do filho pródigo incutiu-me. Apesar de serem poucas as palavras aqui postas, ele voltou para ficar. Tais palavras são as poucas lágrimas que derramou e o vazio de acontecimentos que se formou ao passar dos meses.

Não é intenção dele narrar o passado, e sim contar estórias presentes a usar exemplos passados. Pode ser que venha a narrar só o passado. Não o fará pela razão, isto posso garantir.

Despeço-me. Agora, vou dar uma volta em mim e ver se descubro o que dar de comer e de beber a vocês, meus queridos leitores. A porta da casa está aberta. Entrem e fiquem a vontade. Circulem pelas acomodações do Sentimentos Nus e observem com cautela as simples decorações.

Ah, ia me esquecendo! Nessa casa há outra mãe. Moramos juntos neste espaço, a despeito de não nos vermos. Basta que saibam, nada mais.