Momento

on domingo, 7 de fevereiro de 2010
Estava sem fazer nada, melhor dizendo, tinha muita coisa para fazer. Mas não estava com a mínima vontade de começar. Quis apenas pensar na sua vontade incontrolável de querer expor seus pensamentos no papel, suas angústias, seus desesperos. Não queria ver as suas responsabilidades, seus compromissos que o aguardavam tão desejosos para poder dizer-lhe: “você não se livrará de nós” – com um pequeno sorriso sarcástico e pesado. Ele ficou refletindo sobre isso e concluiu que era verdade, eram inevitáveis.
Do que adiantava ele saber disso, se não se importava. Sabe ele que é jovem, tem tempo em demasia pela frente. Dará para ele fazer tudo o que quer. Será mesmo?
Após ler o texto de uma amiga, indagou-se: “Há quanto tempo não tenho um pesadelo... isso não é bom, creio eu”. Isso não é bom? Quem gosta de pesadelos? Você gosta? É até de se estranhar. Ele via-os de uma forma diferente. Ele os vê de uma forma diferente. Ter pesadelos pode ser um momento de confronto com nossos próprios medos, um teste sobre nossa coragem, um instante para mostrar nossas fragilidades e tentarmos superá-las. É um meio de maturação, de crescimento.
Apesar dessa idéia positiva sobre pesadelos, sempre surge, sorrateiro, o “É ruim”, pois acordamos no meio da madrugada, suados, tensos, às vezes chorando, às vezes lamentando, lutando para esquecê-lo.
Ao contrário dos sonhos, os pesadelos costumam ser lembrados mais facilmente. Você pode dizer: “Tive um sonho muito bom, mas não lembro”. Por que será que isto acontece? - Questionava-se ele em seus devaneios. Talvez seja porque despertamos bem, despreocupados, a fazer em poucos segundos a agenda do dia. Quando nos colocamos de frente ao espelho, olhos um pouco cerrados, pedindo por mais algumas horas de descanso, a escova a limpar cuidadosamente os dentes, subitamente lembramos: Qual foi mesmo o sonho que tive? Qual foi mesmo?! A leve indignação por não lembrar do sonho levanta-se enraivecida. Os olhos ficam vivos, os devaneios se misturam... o sonho, o sonho foi-se embora sem ao menos dizer “adeus”, assim como a solidão...
Ele está se sentido mais solto, menos preocupado.
As palavras que queria expressar foram todas ditas? Dizia que, enquanto vivesse, elas iriam sempre aparecer em alguma folha. O que foi posto agora, não passa de um fragmento do texto, do texto chamado vida. Jamais irão acabar, a não ser que Ela venha me pegar para juntos sairmos deste mundo e irmos para outro, onde, talvez, os sonhos sejam eternos.

3 comentários:

Anderson Carlos disse...

Belo texto, Roberto!

"Realidade é o pesadelo do mundo dos sonhos." (Esaú Wendler)

Sílvia disse...

Estou muito feliz com o blog de vcs!!!
Sabia que não ia me arrepender em acompanhar vcs!!
Belos textos!

Sonhemos...

Parabéns Roberto pelo belo texto!!
*-*

Bruna disse...

Também me sinto "mais solto, menos preocupado"...mais leve quando escrevo.
As palavras nos libertam quando saem!

Escreva sempre...

Beijos.

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