Silêncio...
Quebrado algumas poucas vezes por vários motivos...
Os mais diversos...
Poucas vezes?
Muitas!
Pelo barulho do funcionamento do ar-condicionado; do folhear de um livro ou de um caderno por dedos inquietos; de um espirro que acontece inesperadamente ou não; da queda de um objeto qualquer; de um lápis ou de uma caneta; do celular que toca devido a um vacilo de seu proprietário que se esqueceu de silenciá-lo e dos passos apressados desse que corre quase que de maneira desesperada com a esperança em atendê-lo antes que a ligação seja perdida; da abertura cuidadosa de uma embalagem de bombom ou de qualquer outro doce por alguém que ansiosamente deseja consumi-lo; do movimento de progressão e regressão do zíper de uma bolsa ou de um estojo; do arrastar de mesas e de cadeiras; dos sussurros; das conversas paralelas; da leitura não completamente silenciosa e que acaba deixando escapar alguns fonemas imediatos; da risada que se aproxima de uma gargalhada; da gargalhada propriamente dita; do acomodar-se na cadeira; dos bips do controle remoto utilizado pelos funcionários do local para manter a temperatura ambiente sempre agradável; do movimento incansável de fechar e de abrir a porta que, com seu rangido característico, chama a atenção de todos; do simples deslizar do marca-texto destacando no papel aquele trecho mais importante para o leitor atento...
Ruídos...
Silêncio apenas aparente.
Ousamos adjetivar de silencioso todo ambiente onde o homem se comporta de maneira menos absurdamente normal e selvagem.
Que fuja da regra geral do caótico e civilizado sistema vivido comumente nas ruas.
Poluição sonora.
Basta observar a madrugada para percebermos o quanto somos ofendidos diariamente pelo caos urbano e social no qual estamos inseridos.
De tanto ouvir o que não queremos, passamos a filtrar grosseiramente aquilo que consideramos desnecessário.
Mas nem sempre conseguimos.
Aprendemos que, para sermos ouvidos, devemos falar mais alto do que os outros e não esperar a nossa vez...
Gritar.
Somos ouvidos?
Não adianta... Por mais alto que gritemos, somos anulados por um sistema que insiste em nos manter mudos.
E mudos ficamos diante de tudo isso que está acontecendo.
A repercussão de nossas palavras só existirá quando o mundo parar para ouvir ou quando ele mesmo aprender a falar sozinho.
O mundo não ouve.
O mundo não para.
O mundo não pensa.
O mundo não fala.
Só nos resta ensinar a esse analfabeto o verdadeiro conceito de vida.
Caso contrário, morrerá sem nunca ter vivido.
Discussões, temas, conflitos, perguntas, respostas, idéias, reflexões...
Desconcentração?
Não.
É melhor voltar a estudar antes que esse passeio se torne uma viagem pelos lugares mais longínquos da existência humana.
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6 comentários:
Lindo texto!!
Adorei!!
Eu me vi no seu texto... também tenho muitos davaneios...
Viagens!
Concordo com tudo o que vc disse:
"O mundo não ouve.
O mundo não para.
O mundo não pensa.
O mundo não fala."
Parabéns!!!
bjus.
Ow louco parceiro!
Tah muito massa o texto!
Impressionante como vc saiu de uma simples observação do ambiente de uma biblioteca para falar do caos mundial!!
Massa!
Grande crítica.
Parabéns e continue assim!
Obrigado pessoal...
Fico muito feliz pelos elogios.
Um abraço.
oiaoiaoiaoiaoia
tu deve gostar mesmo de estudar cara, pq eu nem em biblioteca piso... leio tudo em pdf!
oiaoiaoiaoia
q analogia louca parceiro!
valew brow.
Concordo com o Kaio!
Tu parte de algo tão particular e termina nos verbos da "terceira do plural".
Parte de algo tão silenciosamente teu para analisar o caótico som mundano.
Adoro isso...de verdade!
Beeijo!
Muito bom. Gosto de textos literalmente "vivos" ou seja, que nos reportem para a situação descrita e que ao término da leitura conceda-nos a doce sensação de "estar de volta". Parabéns!
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