Um Bem Maior

on domingo, 9 de dezembro de 2012
Estar apaixonado, amar, no final de tudo, resume-se ao estado de felicidade que a pessoa desejada causa. E para sentirmos esta felicidade, precisamos nos sentir bem. No meu caso, ela faz-me sentir bem. Gosto de conversar com ela; de escutar a voz meiga, de ver o olhar profundo, o sorriso largo e tímido, os cabelos soltos e livres, o corpo forte e saudável, o caminhar apressado, às vezes calmo, as roupas simples e jeitosas; de sentir os carinhos espontâneos, o bem querer, a amizade querida, a querida mulher, a atração reverente, a maciez da pele morena; de contar minhas estórias, de aproximar meu espírito do dela; de tantas outras coisas que se fazem desconhecidas de mim mesmo. São tantos os sentimentos.

Eu não queria ter que pensar nela. A minha razão luta diariamente contra isso. Contudo, em mim, as vontades do coração sempre falaram mais alto e a vontade dele, no momento, é estar perto dela somente. Algumas vezes, chega a ser doloroso, mas o que predomina é a alegria, é a felicidade do bem que me envolve. É bom...

Eu queria que você estivesse ao meu lado, só estar ao meu lado mesmo, sem mais. Caso você sinta este mesmo bem que eu sinto, então eu poderia nos imaginar próximos, relativamente íntimos. Acredito que íntimos já estejamos há muito tempo. Entretanto, ainda não estamos o suficientemente próximos para sentirmos um bem maior do que aquele que, de certa forma, já nos circunda. Não se preocupe. Hoje, como já disse, não me vejo apaixonado. Hoje, a única coisa que quero é ser seu porto seguro, onde irá encontrar o carinho de que necessita e o bom vinho para os festejos de suas alegrias.

Parágrafo Único

on domingo, 25 de novembro de 2012
Eu criei muitas expectativas por causa da paixão que surgiu. Foi muito bom ter sentido esta e eu a agradeço. Retirei do ocorrido uma lição: expressar meus sentimentos hoje e não esperar pelo amanhã. Na verdade, é uma lição que eu já cumpria, que eu já praticava. Só constatei a importância. Pergunto-me se ela, realmente, tem certeza da resposta negativa que me deu. Ela parecia não dizer com tanta convicção. Flagro-me, às vezes, torcendo por esta ausência de convicção, o que somente nutre as esperanças dentro de mim. Não consigo, simplesmente, esquecer os nossos poucos momentos juntos. Não consigo, meramente, dizer que não houve nada sério. Para mim, o fato de compartilharmos um pouco de nossas intimidades estreitou  uma relação que, apesar da fugacidade das formalidades, criou um ambiente de seriedade não oficial. O meu erro, quiçá, tenha sido a tentativa de tornar esta oficial. Ai ai, como sou imaturo. Quantos conselhos recebi dizendo-me para não me precipitar, mas sim esperar os dias passarem e ver no que daria. Não dei ouvidos ainda bem. Digo isto porque pude dizer tudo o que sentia a ela até o dia em que ela percebeu os reais sentimentos aflorados. Tais sentimentos resumiam-se numa palavra: amizade. É, sou muito imaturo mesmo. E daí, né? Depois de tudo, ser imaturo nestes assuntos fez-me expressar e viver intensamente o que senti, apesar dos pesares. Não sou muito a favor do uso da razão em matérias que tratam da paixão ou do amor. Ela, na minha percepção, só poda o desejo de dizermos o que o coração verdadeiramente sente. Atualmente, já não me sinto apaixonado. Continuarei caminhando, correndo de vez em quando, pulando, brincando, construindo a minha casa. Saiba que você é diferente, você é especial. Continue sendo esta mulher maravilhosa que não enxerga a casca humana, e sim o espírito que a vivifica.

Humilde Jardineiro II

on sábado, 17 de novembro de 2012
Ele pensou em parar com a lida diária, só pensou. Continua em frente a casa dela, cuidando das rosas do jardim. O Sol dá seu bom dia e os seus raios alimentam a vida; a tarde vem e desperta o cansaço nos homens, exceto nele, no humilde jardineiro que se encontra a regar as plantas maiores e as sementes que acabara de depositar no seio da terra; e quando a noite chega na companhia de suas parceiras, ele se senta na calçada e fica a resguardar a quem ama.

Resignou-se. Saber que não pode entrar na casa dela, por poucos dias, entristeceu-o. Porém, o fato de cuidar daquele jardim logo o revigorou. Gosta de estar perto daquelas rosas, cujo perfume deixa-o em paz e transporta-o a um mundo onde a tristeza vive marginalizada.

Ele se envolveu demais em seu labuta. Quase não dorme, em virtude da atenção e da proteção que procura dar a casa da moça e a paisagem bela que existe ali. Hoje, percebeu que não precisava fazer aflorar nada. O jardim vistoso sempre existiu, sempre possuiu o vigor imaginado por ele que, há meses, teve seus olhos vedados pela Fênix.

Convenceu-se de que a ama. Convenceu-se de que ser o eterno amigo apaixonado o faz feliz. Convenceu-se de que, enquanto viver, estará naquela lida.

Mas se ela abrir a porta a outro? Convenceu-se de que não se importará. Convenceu-se de que ela é a especial e única mulher que o faz bem. Convenceu-se de que ela é a mulher de sua vida e de quem jamais desistirá.

Bom Dia!

Hoje o dia amanheceu tão bonito. O sol está tão forte e ele bateu, não na janela do meu quarto, e sim na janela da sala, onde está o sofá e no qual eu durmo. Fez-me recordar uma música do Legião Urbana, do álbum "As Quatro Estações" de 1989, chamada "Quando O Sol Bater Na Janela Do Teu Quarto".

"Quando o sol bater
Na janela do teu quarto,
Lembra e vê
Que o caminho é um só,

Porque esperar
Se podemos começar
Tudo de novo?
Agora mesmo,

A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance,
O sol nasce pra todos,
Só não sabe quem não quer,

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto,
Lembra e vê
Que o caminho é um só,

Até bem pouco tempo atrás,
Poderíamos mudar o mundo,
Quem roubou nossa coragem?
Tudo é dor,
E toda dor vem do desejo,
De não sentimos dor,

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto,
Lembra e vê
Que o caminho é um só."

Aproveitem este dia maravilhoso. Caso ele não esteja, torne-o. Só você pode fazer isso. Vamos que vamos!

Bom dia!

Recomeço

on quinta-feira, 15 de novembro de 2012
FIM

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RECOMEÇO

Ontem, eu fiz uma descoberta. O Amor é simples, bem simples. Ele chegou em mim feito uma avalanche, um furacão que remexeu todo o meu interior, bagunçando alguns sentimentos e sensações. Empurrou minhas atitudes racionais e planejadas ao precipício da precipitação e fez-me sentir a dor do impacto de uma palavra, o "Não."

Fiquei no fundo do abismo, deitado. Recuperava-me da dor e tentava descobrir uma forma de retornar à superfície e ver, novamente, a luz do sol. Sem notar, uma água pura e límpida, com sua força e amplitude, começou a preencher o vazio do abismo que, após um certo tempo, desapareceu. Foi a água daquele Mar. Ele veio até mim, abraçou-me e fez-me renascer.

Hoje, eu não estou mais na praia com o meu graveto, não estou perto de nenhuma tempestade, de nenhum furacão. Hoje, apenas boio nesse Mar, olho para o céu azul e limpo, sinto o calor do sol, a carícia do vento e a massagem das leves ondas.

Você me deixa bem. Não tem jeito. Eu irei te proteger, cuidar de você. Quero que você se sinta bem. No final, era só isso: o sentir-se bem. Sim, eu te amo. Mas agora é um amor tranquilo, um amor sereno, um amor que não magoa, que não faz chorar... É um amor em paz consigo mesmo e que jamais desaparecerá.


Sereia

on terça-feira, 13 de novembro de 2012
Eu conheci uma sereia. E como todas as sereias, ela encanta, ela atrai. Porém, diferentemente das outras sereias, ela quebrou e desfez um sombrio padrão, o de atrair para a morte os homens apaixonados. Ao contrário, ela atrai para a vida. Sim, para a vida. É uma boa sereia. Foi por ser assim que suas ex-companheiras exilaram-na num lago escuro, dentro do qual se encontra só.

Recentemente, um grupo de amigos se aproximou desse lago com o intuito único de conversar e de se divertir. O acaso, entretanto, colocou no meio dos diálogos e gracejos palavras de exaltação à beleza daquela sereia desregrada. Já fitada por todos e gostando dos elogios diversos, decidiu usar sua graça e envolver os frágeis rapazes.

Ela descobriu um tal de amor e quer ver quem pode dar isso a ela. Que gestos, que palavras vão conquistar esta sereia? Creio que nenhuma. O poder é dela, a conquista é dela... Sempre foi. Um destes rapazes está estagnado. Não se deixa controlar por ela, mesmo se sentindo atraído e com vontade de mergulhar fundo no lago escuro, a fim tornar este iluminado. Apenas fixa o seu olhar ao dela. O que ele quer, na verdade, é retirá-la do lago e carregá-la em direção ao lugar onde poderão construir uma outra felicidade.

Direção Contrária

on domingo, 11 de novembro de 2012
Ela, mesmo estando em meio a uma tempestade já não tão forte, consegue manter a beleza cativante, atraente e misteriosa. Ela tem o poder de deixar os homens inquietos e enlaçados pelo seu olhar capcioso e distante algumas vezes. Um olhar perdido que nos faz querer saber qual a região de seu espírito está observando. Ela é assim. Suas expressões são pontuais, são precisas, são misteriosas mesmo.

Ela só não se deixa conquistar se não quiser. Existem muitos homens querendo ser o escolhido para tratar de suas feridas e construir suas alegrias. Resta saber qual será o critério de escolha. Será que existe um critério? Quais os requisitos? Quais as competências? Não existem na verdade. Quando o coração se sobrepõe à razão, não existe um padrão, não existe nada além da vontade de estar ao lado da outra pessoa.

Mas se formos na direção contrária? Será que não poderia dar certo? Ceder lugar à razão, inicialmente, estabelecer padrões e, a partir destes, ir cedendo lugar, juntos, ao amor bilateral. Unirem-se desde o princípio em busca do amor. Construir este juntos.

Talvez ela devesse tentar, agora, ir nessa direção contrária, em virtude de na outra direção está o antigo e presente amor, cujo fim ainda não se insurgiu. Quem destes outros homens irá segurar sua mão e puxá-la à direção contrária? Quem você escolherá?


Palavras do Coração

on sábado, 10 de novembro de 2012
... ...

"Palavras do Coração: quando ele grita, as lágrimas surgem em meus olhos como forma de arrefecer o medo das frustrações imaginadas. A espera e a expectativa criam um círculo cheio de magia bordado pelo futuro. Se será certo ou incerto, eu não sei..."

Eu quero que seja certo, sempre quis. Porém, não basta apenas eu querer. Para que o amor fosse verdadeiro e pleno, nós dois precisaríamos estar com os nossos sentimentos alinhados e conectados. Não estavam. Nunca estiveram.

Os meus carinhos não significaram nada, apenas a deixavam bem. Mas se a deixavam bem, isto significa, então, que o "nada" não existiu. Como diria Humberto Gessinger: "Na verdade nada é uma palavra esperando tradução." E continuará esperando. Pergunto-me, hoje, o quanto valeria trabalhar para despertar nela o que eu vi nascer em mim. Pergunto-me se trabalhar para alcançar este objetivo valeria a pena. Não sei. Não quero pensar nestas coisas mais. Não quero pensar nela todos os dias. Não quero lembrar das minhas expectativas.

Retiro o que eu disse quanto a esperar. Não posso viver em função de expectativas. Pode ser mais doloroso. Vamos viver nossas vidas, afinal, nada aconteceu. Continuarei com a minha sabendo que a mulher da minha vida não pode ser a mulher da minha vida.... Continuarei com a minha vida sabendo que não envelhecerei ao seu lado... Ah! Malditas lágrimas! Gostaria que meu coração parasse um tempo, adormecesse, entrasse num coma a fim de estancar suas palavras límpidas e manchadas...

... Manchadas com a tinta do quadro em que desenhei nós dois. A pintura começou a se desmanchar. As gotas da chuva surram o meu espírito ingênuo por acreditar numa relação que nem começou de fato. As gotas da chuva tentam retirar dos meus olhos, aos poucos, a sua imagem. Tentam...

A linha que eu tracei com o graveto foi apagada por uma onda do Mar tão grandioso. A fênix que nasceu precisa virar cinzas pois, enquanto suas chamas estiverem ativas, tudo voltará, tudo reviverá e toda a expectativa retornará. O pranto será interminável.

Felizmente, não a beijei. Este significava muito a mim. Se tivesse tentado, seria somente o beijo físico, sem sentimento algum. O que eu busco necessita de reciprocidade, a qual não existia. O que eu busco corresponde ao abraço eterno dos espíritos, ao sacramento de um amor à dois. Eu quero que a minha primeira relação seja a primeira e a última. Ingenuamente, achei que seria ela.

Vou iniciar uma lida difícil, contudo necessária. Dar espaço a minha razão nestas situações. Ser um pouco mais normal e não querer ornar um ato tão banalizado atualmente. Continuarei a construir a minha casa sozinho, como venho fazendo nestes vinte e quatro anos. Continuarei a esperar alguém que se prontifique a arrancar de dentro do meu silêncio o amor que se enraizou. Continuarei a esperar alguém que me dê o verdadeiro carinho e que sinta alguma coisa além do estar bem. Continuarei a esperar alguém que me ajude a construir a casa a qual desejo chamar de nossa.

Jamais quero sentir este amor unilateral. Quero poder conhecer alguém com quem eu possa erguer o amor bilateral. Talvez este seja o verdadeiro amor, talvez.

A minha intenção é viver até os cem anos. Ainda tenho, com isso, setenta e seis anos para conhecer aquele alguém. Enquanto isso, focarei meus objetivos pessoais. Darei uma atenção especial ao meu marginalizado egoísmo e ver o que acontece.

FIM

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Dentro Do Meu Silêncio

on quinta-feira, 8 de novembro de 2012
Dentro do meu silêncio, existe um turbilhão de palavras prontas para se lançarem ao seu coração indeciso com o intuito único de fazê-lo soar, intensamente, as canções que determinarão o ritmo de construção da nossa casa.

Dentro do meu silêncio, existem gritos mudos, inquietudes desconcertantes, gestos evasivos, olhares insinuantes, palavras trôpegas, vontades contidas, desejos utópicos, certezas, incertezas e perguntas.

Dentro do meu silêncio, existem o carinho, o afeto, o desejo de cuidar, o desejo de ouvir, o desejo de abraçar, o desejo de beijar e o desejo de falar... Falar sobre o nosso passado, falar sobre o nosso presente, falar sobre o nosso futuro.

Dentro do meu silêncio, existe uma inocente criança montando um quebra-cabeças cujas peças, unidas, exibirão um sublime desenho no qual eu e você olhamos um para o outro e sorrimos, certos do que estes anos de vida reservou a nós.

Dentro do meu silêncio, dentro de mim, existe você.

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Tão Linda!

on sexta-feira, 2 de novembro de 2012
O Vento embala as ondas do Mar que, num beijo único, preparam e unem os grãos de areia da praia e convidam os poetas humildes e apaixonados a escrever, nesta, os seus versos intermináveis. É o que tenho feito. Caminho pelo litoral a segurar um graveto, com o qual escrevo. Não só escrevo como também traço uma linha firme, enquanto ando, a fim de que você não se perca de mim. Nem tem como, né? Sua grandiosidade e beleza estão diante de mim constantemente. O Sol, a Lua e as Estrelas, lá do alto e de tão longe,  nos envolvem e formam uma estrada de luz com o objetivo de guiar nossas passadas e de evitar que nos separemos do nosso encontro...

Às vezes, paro e olho para você querendo dizer algo, mas não consigo. Na verdade, são minhas mãos que querem. As palavras desejam sair de outra maneira, por meio de gestos simples e carinhosos, tal qual os daquele dia. Muitas vezes, suas ondas tocaram os meus pés. Contudo, não sei ao certo o que elas disseram-me. Apenas sorrio, admiro, sinto, imagino... Quando me desperto, continuo com as minhas passadas e vou deixando marcado o desenho de meus pés, os quais já  me levaram a tantos lugares. Dentre estes, você se destaca.

A natureza se reflete em você, tão linda! Ainda conseguirei voar e ver, lá de cima, o céu, os pássaros e o universo desenhados na maior e dinâmica obra de arte já vista, o Mar. Quero, em breve, ver-me mergulhado em sua água pura e nela poder ficar. Aguardo, somente, o Vento e a mensagem com a sua resposta, seja dita em palavras ou em gestos. Beijo!


Ronaldo, Você Vive!

on segunda-feira, 22 de outubro de 2012
As palavras saem com dificuldades. Quando saem, se transformam em lágrimas. Meu pensamento foi dominado pelos momentos de convivência com ele. Tinha um jeito único, jeito alegre, questionador... Bote questionador nisso, não é meus amigos?! Escrevo sem saber ao certo o que escrever. Ao mesmo tempo em que dói, procuro trazer à tona as brincadeiras e as risadas dele, a fim de amenizar aquela e tentar colocar em meu rosto um sorriso alegre, tal qual o que ele sempre mostrava. É difícil, mas estou tentando.

Romário, força. Neste momento, precisamos disso. Neste momento, precisamos recordar da força e da vivacidade dele. Com certeza, se ele nos visse tristes, ele já ia reclamar e questionar o porquê. O que tem me acalmado mais é isso. Fecho os olhos e procuro escutar a voz dele questionando e dizendo para não ficarmos assim. Recordo-me de ter dito uma vez a ele: "Tá feliz, hein?" - após algumas vitórias decisivas num campeonato. Ele respondeu-me dizendo que, ganhando ou perdendo, ele ficava do mesmo jeito, alegre!

Vamos manter viva essa alegria dele, independentemente do que façamos. Essa, para mim, será a eterna presença dele dentro de nossos corações, onde vive!

À família Sales, eu desejo todo o meu apoio. Saibam que compartilho deste momento com vocês, os quais não se encontram sozinhos sob está nuvem, temporariamente, densa.

Romário, meu amigo, força!  





Fênix

on sábado, 20 de outubro de 2012
O que você sente agora? Eu perdi as contas de quantas vezes o verbo sentir já foi escrito por mim. Este sentir é bom, não é? Você consegue sentir? Queria tanto conhecer as notas lançadas pelo seu violino d'alma.  Escuto um pouco da música, a qual soa, ainda, tênue.

Eu não quero mergulhar no mar. Encontro-me sentado, aguardando a maré subir e acalmar a grande chama que está em meu interior. Eu não quero derrubar a porta de sua casa e invadi-lá. Continuarei lidando, diariamente, com a figura inquieta da Espera. Pergunto-me se você já abriu a porta de sua casa. Será que eu já entrei e não percebi? Algumas perguntas sem respostas pairam em meus pensamentos inquietos.

Contudo, foram de perguntas ainda sem respostas que nasceu a Fênix que reside em meu peito. Ela cresceu. Suas chamas respigam e, ao contrário do que parece, não queimam e destroem, mas sim vivem, revivem e constroem. Ela construiu dentro de mim uma fortaleza inquebrantável, dentro da qual gostaria de viver, dentro da qual gostaria de ter você ao meu lado.

O amanhecer carrega uma graciosidade, a luz disparada pelo Sol, a luz de nossas vidas. Você, nos últimos meses, tem sido a luz da minha, a luz autora do disparo da flecha que atingiu em cheio meu coração, o qual bate intensamente o bumbo de sua música. Eu estou pronto para cantá-la. Eu estou pronto para fazer o seu coração seguir o mesmo ritmo do meu. Eu estou pronto para fazê-los seguirem a singela melodia de uma música chamada Amor.

Sim, é amor. Hoje, decidi encarar este sentimento. Dizer a todos que o conheço e que é bom. Se me faz contente ou descontente, não me importo. Eu quero, simplesmente, senti-lo. Bjo!


"Aonde Quer Que Eu Vá"

on segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Você já sabe disso. Eu me pergunto o que você está sentindo agora. Depois de ontem, tive mais certeza do que sinto, tive mais certeza do quão especial você é. Como disse, sua presença me deixa bem, faz-me esquecer o significado da palavra dor que, em meu dicionário, não existe mais. Felicidade, isto sim é o que sinto. Diariamente, imagino como seria o caminhar das horas ao seu lado. Cada minuto, cada passo seria destinado a dar-lhe atenção e carinho. Eu faria você esquecer a rotina. Problemas? O que seriam estes perante a alegria irrequieta? Seriam pequenos ou mesmo inexistentes. Ah, grandioso Mar! Você não faz ideia do quanto eu gosto de ti. Penso em tantas coisas. Sei o quão precipitado posso estar sendo, mas é como sou. O futuro que eu reservei a você está repleto de surpresas, boas surpresas.

Só eu mesmo para pensar num futuro incerto. Posso estar me iludindo à toa. Não ligo para isso. Eu só queria sinais. Eu queria saber se você sente algo. Saber se tem alguma pequena chama insurgente em sua alma, em seu interior. Acho que era melhor eu ter escutado a sua resposta naquele dia.

Nossa... Começo a compreender melhor a famosa poesia de Camões. Um contentamento descontente diário passou a dominar-me. Já peguei-me sufocado por dores advindas de perda imaginária. Não quero distanciar-me de você. A natureza de seu coração ainda preciso explorar e conhecer. Enquanto não terminar esta expedição, ficarei aqui. Ficarei aqui insistindo, atirando flechas banhadas com o que sinto. O que eu sinto? É o que chamam de amor? Se querer estar ao lado de alguém, sem ao menos conhecer este profundamente bem, querer abraçar, acariciar, beijar, cuidar, compartilhar minha vida for amor, então é o que sinto. É algo que aquece meu sangue e deixa-me tão vivo! =)

Não me arrependo de ter feito as escolhas que fiz no passado. Graças a elas, eu pude conhecer você. Graças a elas, aprendi a nadar em seu mar tão imenso. Agora, deixarei os meus dias serem embalados pelas suas ondas tão apaziguadoras. Bjo!




Duas Faces

on sábado, 13 de outubro de 2012
O que esperar da vida, das linhas traçadas por Deus ao nosso destino? Após anos, deparo-me com uma delicada situação envolvendo duas faces diferentes. Cada uma delas tem a beleza e a graça da conquista. Cada uma delas me vêem com um olhar que desconheço, com um olhar o qual quero apenas apreciar e admirar.

Agora estou sentado em minha cadeira preguiçosa, na varanda de minha casa, a observar o jardim frondoso que se formou graças a uma paixão unilateral. Observo, também, a casa dela do outro lado da rua. Não a vejo, mas fico sempre na expectativa de que isto aconteça. No entanto, surgiu-me uma companhia agradável. Esta sentou-se do meu lado e tem conversado comigo. Tem me dado atenção, uma atenção de certa forma afetiva que há muito não sentia. E a esta atenção quero retribuir da melhor forma.

Uma Rosa ao Mar

on sábado, 29 de setembro de 2012
Eu estive de frente para o Mar. Eu e o Mar. Fiquei olhando fixo, observando as ondas baixas e altas, a vastidão, o mistério, a beleza. Pergunto-me se hoje ele está agitado ou calmo. Pergunto-me se as minhas palavras estão causando algum impacto, despertando o adormecido sentimento que lá está submerso. Pergunto-me se ele quer despertar.

A minha vontade é mergulhar e trazer o sentimento à superfície. Porém, não posso, simplesmente, invadir o seu mar. Me aproximarei aos poucos. Ficarei sentado na areia jogando pedrinhas, esperando que suas ondas cheguem até mim. Até este dia, verei o sol nascer e se pôr, verei a lua e as estrelas, sentirei a brisa envolvendo-me, o seu abraço. Eu vou esperar como venho esperando. Talvez eu não seja o único nesta praia. Talvez eu seja o único em uma coisa: ter entregue uma rosa ao mar.


Humilde Jardineiro

on sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Como um humilde jardineiro tenho trabalhado no jardim de sua casa. Quando foi que você permitiu que eu cuidasse de suas plantas? Você não permitiu. As estações passaram e me colocaram lá. Só agora, na primavera, algumas rosas têm crescido, ganhado vida e emanado um doce perfume, o seu, que embala o meu sorriso constante.

Hoje, joguei a chave da minha casa, o meu coração, para você. Quando vai usar? Não sei. Ainda preciso cuidar mais do seu jardim, a fim de que ele faça brotar em você o sentimento que, em mim, já cresceu.

Ao retornar a minha casa, não entro. Fico em meu jardim contemplando a beleza deste sentimento. Me faz bem. Queria fazer você sentir o que estou sentindo. Queria compartilhar com você tudo o que vivo e sou. Queria cuidar, dar afeto e carinho. Você é especial, diferente.

Não nos conhecemos tão bem, mas, apesar disso, eu acredito conhecer. Na verdade, a torrente de sensações em mim acredita e dispensa apresentações mais detalhadas sobre sua vida. Você é quem decidirá se eu devo ou não conhecer. Já eu quero muito que você me conheça. Quando? Nos vemos tão pouco, né? São  escassas as oportunidades de uma conversa. Na que eu tive, não aproveitei pois meu corpo tremia, o meu coração batia forte, as minha voz emudecia. As frases que soltei caminharam desconcertadas. Naquela noite, tais palavras só queriam sair em gestos...

Ficarei cuidando do seu jardim, por mais que você não queira. Mesmo que não nasça nesta primavera, regarei aquele até crescer em você o que em mim é tão intenso.

Se você não se incomodar, olharei em direção a janela de sua casa, na expectativa de ver um sorriso ou mesmo vê-la passar somente.

Flor...

on quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Eu vejo você todos os dias há muito tempo. Antes mesmo daquela noite, sua imagem era cuidadosamente desenhada em meus quadros. Nestes, era inevitável a presença de seu sorriso, que despertava e desperta em mim uma felicidade única e nova. À medida em que concluo o desenho do seu rosto e, também, dos seus gestos, aquela felicidade faz crescer a minha vivacidade.

Sinto-me mais vivo ainda quando estou perto de você.

Quando eu acordo de manhã, as primeiras notas musicais que escuto são oriundas de sua meiga voz. Voz afável e carinhosa a qual não imagino bruta. Quando saio de casa e começo a ouvir os acordes iniciais da natureza citadina fortalezense, tento harmonizá-los em minha mente a fim de compor músicas dedicadas a você. Quando chego à Universidade e dou início aos passos sobre o corredor principal, fico na expectativa de ter seus olhos direcionados aos meus e tento compreender o que eles procuram me dizer com as palavras d'alma.

Eu não sei bem o que aquela noite disse, mas eu sei o que meu coração diz todos os dias: você plantou em mim, há muitos meses, o que só agora está florescendo tão intensamente: um sentimento que me deixa mais vivo, mais forte e mais determinado...

O Que Mais Quer É Vê-la Feliz...

on sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Eu gosto de você, pensou ele novamente. Em sua mente, a única imagem é a dela. Seus cabelos, seus olhos, seu sorriso. Tudo é belo e vivo. Mas, nas profundezas de seus sentimentos está a dor de desenhá-la, de trazê-la em imaginações que, ao mesmo tempo que alegram, entristecem.

É inevitável. Ele não consegue, simplesmente, desmanchar a figura da moça para se ver livre das pancadas violentas de um sentimento que ele acha ser o Amor. A vontade de abraçá-la, de cuidar dela, de dizer tudo o que sente é suprimida pelo medo de perdê-la.

Apesar de ter amigos, sente-se só. Durante algumas noites, quando se encontra na companhia do silêncio torturante, derrama lágrimas de seu interior, advindas de corte profundo na alma causado pela solidão e pelas paixões desventuradas.

Infelizmente, ele não parece cativá-la. Tenta em vão. Não sabe ao certo se seus gestos são bem vistos por ela. Não sabe se ela o observa como ele a ela. Não sabe muito sobre a vida dela como ela da dele. Ela não fala tanto quanto ele fala com ela. Quase sempre é ele quem acende a chama de uma conversa. Quase sempre é ele quem empurra a conversa com assuntos que ele imagina serem interessantes.

O que mais quer é vê-la sorrir, por mais que o abraço e carinho reservados a ela sejam rejeitados e jogados na direção de outra.

O que mais quer é vê-la feliz...


Quinta Cidade

on sexta-feira, 18 de maio de 2012
Queria ter escrito este texto ontem quando chegasse a casa, mas o cansaço, a fome e o sono detiveram-me. Pode ser que, agora, as palavras não saiam em sua forma genuína e cálida. Liberá-las-ei do tormento da prisão, onde estavam a gritar e pedir, insistentemente, que eu viesse aqui e desenhasse o quadro da Quinta Cidade o quanto antes.

Bem, cá estou eu a escutar as notas musicais de John Frusciante, o canto dos pássaros; a sentir o vento frio e fresco que entra pela janela a abraçar-me; e a luz do sol a tocar-me o peito, envolvendo-me com seu acalanto apaziguador.

Neste momento, converso com o Tempo e peço-lhe que seu motorista faça o retorno na estrada da minha vida, a fim de que eu retorne às tardes do dia 14 ao dia 17, para que eu veja o estado de minh'alma naquelas dezesseis horas vividas na Quinta Cidade. A irredutibilidade do Tempo é grande e não há argumentos que o faça voltar. Resta-me, só, recorrer às lembranças guardadas e tentar extrair delas o máximo de retratos. É com base nestes que pintarei o meu quadro, o qual ficará sublimemente exposto na parede de um dos quartos da casa Sentimentos Nus.

Começo, finalmente, dizendo que, das cidades pelas quais eu e meus companheiros de viagem, Miguel e Luciana, passamos, a Quinta é a mais vistosa. Tiveram outras, mas não tanto quanto esta ao meu ver. As construções são simples, com alguns poucos prédios a carregar casos e casos; as pessoas são modestas, divertidas, alegres. Elas conseguem imprimir à seriedade do trabalho uma graciosidade única. Não havia espaço ao silêncio prolongado e chato; não havia espaço aos problemas que, normalmente, surgem nas cidades. Os meninos e meninas conseguiram tornar a lida, cuja concepção nua e crua é sacal e triste, algo ornado de um alvoroço bom, gostoso e atraente. Ah, seria maravilhoso se todas as cidades fosse como a Quinta! Sentirei saudades dos chistes, das expressões e das estórias do Idalberto, da Márcia e da Nadja. Esta chegou a contar uma que, aos ouvidos puritanos, seria considerada despudorada, suja e feia. Contudo, à população da Quinta, é a estória mais cheia de pudor deste mundo, por mais que ela contenha o pesado imperativo seguido a risca por muitos que buscam o gozo e a joia.

Acabo de achar graça do que escrevi há pouco. Não contei a estória e não irei contar. A graça não seria a mesma e é melhor que ela fique na Quinta Cidade. Quem quiser saber, tire um dia de folga, compre uma passagem e vá até lá. Não será necessário dinheiro para a compra. Bastarão a sua vontade e a sua curiosidade, se as tiver.

Além das estórias, tínhamos a playlist do Dj. Não ponho o nome dele aqui por não saber como escrever exatamente. Dentre os cantores consagrados que nos fizeram companhia durante os quatro dias que lá passei, tinha o Renato Russo, com sua Legião Urbana a tocar e a cantar pelas ruas e travessas da Quinta, o Humberto Gessinger, com seus Engenheiros do Hawaii a construir, mediante suas canções, a Infinita Highway pela qual a equipe do TJ segue, o Zé Ramalho e outros. Conhecia muitas canções, mas desconhecia o nome destas e quem as compuseram. Se soubesse mais dos meandros da Música, teria pegue meu violão e aventuraria-me em arquitetar uma melodia singela à Quinta logo que cheguei a casa ontem.

Infelizmente, eu, o Miguel e a Luciana não somos de um cidade só. Se pudéssemos - acredito que, aqui, posso falar por eles - ficaríamos na Quinta alguns dias a mais. No entanto, precisávamos e precisamos embarcar em nosso pequeno barco e continuar nossa viagem. Durante esta, tenho feito um inventário de impressões, o qual é bem mais difícil e não há máquina nem código de barra que facilite o estudo e a observação. Por mais que eu grave, o meu sistema, às vezes, trava e as sensações da hora perdem-se, a ficar, tão somente, a vagueza do quadro metamórfico da memória, onde as palavras e imagens misturam-se e consubstanciam-se num único corpo, o meu espírito.

Meus colegas da Quinta, levá-los-ei comigo em minha memória. Caso ficasse bem mais tempo, diria: meus amigos da Quinta, levá-los-ei comigo em meu coração. De uma forma ou de outra, vocês estarão comigo.

Perguntaram-me se escrevia poesia, conto, crônica, etc. Respondi que escrevo apenas. Não penso em gênero... Escrevo. Deixo sob a responsabilidade de vocês, caso queiram, a determinação daquele.

Enquanto escrevia este texto, além do sol e do John, veio a companhia da chuva que, por alguns instantes, afastou o acalanto apaziguador e trouxe o frenetismo de seus tambores, dos quais saiam notas repletas de vida, a partir das quais os pássaros compuseram mais uma obra-prima à Natureza. Tal obra, se eles me permitirem, dedicarei a vocês, a vocês da Quinta Cidade...

Comentário ao "Se eu for embora amanhã", de Daniela Filipini.

on sexta-feira, 11 de maio de 2012
Era para ter sido somente um comentário, curto e preciso. Peço novamente desculpas, só que daqui, desta casa. Ao trazer as minhas palavras para cá, fiz algumas pequenas motificações à vestimenta textual. A revisão e o acréscimo de algo diferente foram inevitáveis.


Já me peguei muitas vezes imaginando a minha morte e perguntando-me como as pessoas se sentiriam, quanta falta eu faria, se é que faria alguma. Também, já peguei-me imaginando a morte de amigos e de familiares, o que muito me enraivece. Não queria imaginar isto, mas, seja involuntária ou voluntariamente, imagino. É triste e faz meus olhos derramarem um tanto do líquido espiritual. São pessoas queridas e que me fariam falta. Apesar de desenhar, vez ou outra, quadros sorumbáticos e, graças ao fulgor da luz vital, incompletos sobre a morte, desejo aos amigos e as demais pessoas inseridas em minha rotina, somente, o bem!

A respeito do falecimento de pessoas queridas, procuro logo dispersar meus devaneios pondo a mão em minha cabeça, balançando-a, ou cantando alguma música. Procuro, logo, quebrar o pincel do Soturno Pintor que adentra a minha Alma enfraquecida. Dou-me as mãos e trato de erguê-la forte e altiva.

Sinto-me solitário, mas tenho em mente a existência de pessoas que nos valorizam, nos amam e nos fazem distanciar aquela sensação um pouco. Elas podem não verbalizar os sentimentos, mas estão lá em gestos como o abraço, um aperto de mão carinhoso, um beijo no rosto, um sorriso, um elogio, etc.

Se eu fosse embora amanhã, ficaria com certeza entristecido pela falta que as pessoas que conheci e os lugares em que me diverti ou não com elas me fariam. Isto faz parte. Se isso não existisse o que seria da Saudade. Esta, às vezes, serve como medidor da ternura, creio eu.

Aonde eu for, deparar-me-ei com novas pessoas e lugares. O Tempo cuidaria de lapidar as novas relações e a futura possível saudade que me envolveria, caso fosse, novamente, embora.

(--)ana

on quinta-feira, 10 de maio de 2012
Segunda-feira passada, 7, revi uma colega no terminal de Messejana. De um ônibus, ela saiu e veio caminhando em minha direção sem olhar para mim e notar minha presença. Mas eu a fitei e fiquei observando seu caminhar faceiro preenchido de requintes imperceptíveis de uma beleza humilde. Enquanto eu exercia o ofício de Apreciador da Bela Arte, torcia para que a condução em que eu entraria não chegasse.

Deixei-me carregar por aquela beleza que reacendeu a fogueira das reminiscências. Os meus olhos, então, fixaram-se na claridade das chamas, as quais transportaram-me à época em que o contato entre eu e ela era estreito e cheio de afeto, pelo menos de minha parte. Conversávamos muito pelo celular, e também pessoalmente. Apesar da pouca matéria existente e da minha elevada timidez, as palavras fluiam bem entre nós, tal como a liberdade do Vento, quem nos envolvia e tornava o ambiente cálido às coisas do amor.

Mas não foi amor o que senti. Ela, apenas, atraia-me com sua inteligência recatada e guardada e com sua aparente pureza de gentos e de sentimentos. Eu sentia ímpetos de abraçá-la e de beijá-la repletos de uma ternura sem fim. Sentia vondade, também, de deslizar devagar meus dedos pelo seu corpo, a fim de encontrar o caminho ao recôndito de sua alma. Queria tocar-lha e conhecê-la a fundo. Infelizmente, o Tempo tem suas travessuras e brincadeiras de mal gosto irreversíveis. Logo cuidou de separar a moça da minha rotina. Fazer o quê. Bem que eu gostaria de aplicar um de meus golpes marciais neste poderoso agente da natureza e, com isso, obrigá-lo a reviver os dias mortos, nem que fosse para vivenciar novemente alguns intantes com a colega.

Era morena, já ia esquecendo-me de ressaltar isto. Particularmente, tenho queda por mulheres morenas, principalmente por aquelas desenhadas, cuidadosamente, pelas mãos do Pintor. Elas têm, quase, a cor do chocolate; são saborosas como este. Tenta à carne, mas não ao espírito. Ah, mulheres, mulheres! Ainda bem que existem e são tão diferentes! Ai ai... Meus pensamentos já se dirigem à figura de outras. Devo conter-me e ficar na que vi segunda, melhor, revi.

Pois é, ela desceu do ônibus e foi a uma fila esperar outro. Não me viu. Se viu, não quis papo. Eu a via e também nem o quis, não porque não quisesse, e sim porque não queria perder meu lugar na fila, que era bom, próximo da entrada da condução. Além disso, caso inventasse de ir ter com ela um reencontro, havia o risco do transporte dela chegar antes mesmo deu me aproximar. Não valia a pena. Não éramos amigos, não éramos nada.

Agora, meu ônibus chegou. Ele já vem lotado de devaneios diversos. Estes não vêem a hora de chegar ao terminal do Fim, cuja proximidade é grande.

Seguirei a minha trilha e ela seguirá a sua. É assim mesmo. Um dia, quem sabe, não sinta o gosto de tão bom doce. Pode ser outro, novo. Se não vier a degustá-lo, contertar-me-ei com o bom cheiro da apreciação.



Amor Feliz¹

on domingo, 6 de maio de 2012
Ah, o amor...
Conhece?
O que escrever sobre aquilo em que pensamos tanto?
Pensamos? Sentimos? Choramos? Sorrimos?
Vivemos.
Sentimento e/ou perspectiva de vida? Sonho?
O que é mesmo o amor, hein?
É o que sentimos ou o que buscamos sentir? Seria uma ideologia? Sei lá.
Sabe do que eu sei?
Só sei que eu te amo!
Isso mesmo! Eu sei que eu te amo!
Quem disse que eu não sei o que é o amor? Eu sei, sim!
Não sei o que os outros dizem que é amor, mas do meu eu sei tudo!
Bom, quer dizer, uma boa porcentagem... Alguns detalhes.

Amor pra mim é te ver sorrindo. E felicidade é o teu sorriso...
Amor pra mim é te acompanhar a qualquer lugar. E felicidade é a tua companhia...
Amor pra mim é te dizer o quanto és linda. E felicidade é saber que és assim tão linda também por fora...
Amor pra mim é escrever-te um texto. E felicidade é a tua leitura...
Amor pra mim é viajar contigo. E felicidade é arrumar as malas (na ida, claro!)...
Amor pra mim é conversar contigo. E felicidade é a tua compreensão...
Amor pra mim é chorar contigo. E felicidade é ter tua mão enxugando minhas lágrimas...
Amor pra mim é te ver nos fins de semana. E felicidade é dar um jeito pra te ver durante a semana toda...
Amor pra mim é passar a roupa e não chegar amarrotado ao nosso encontro. E felicidade é conseguir isso...
Amor pra mim é pensar em ti o dia todo. E felicidade é a frequência com que isso acontece: todo dia...
Amor pra mim é ir ao teatro contigo. E felicidade é saber que os cenários mudam, mas eu te tenho sempre comigo...
Amor pra mim é brincar contigo. E felicidade... Bom, essa eu já disse na primeira linha.
Amor pra mim é te beijar. Ah, e a felicidade... É te beijar de novo e de novo e de novo...
Amor pra mim é te abraçar. E felicidade é não querer te soltar nunca...
Amor pra mim é te dar um presente. E felicidade é o momento da escolha...
Amor pra mim é sentir saudades tuas. E felicidade é saber que te vi há um minuto...
Amor pra mim é olhar nos teus olhos. E felicidade é ver o quanto eles brilham...
Amor pra mim é andar de mãos dadas contigo. E felicidade é ter tua mão na minha...
Amor pra mim é te querer como mãe dos meus filhos. E felicidade é ter certeza que será...
Amor pra mim é completar dois anos de namoro. E felicidade é saber o quanto foi bom esse tempo e querer que seja pra sempre...
Amor pra mim é te namorar. E felicidade é comemorar o aniversário desse amor...
Amor pra mim é saber que tem tanta coisa para escrever. E felicidade é saber que é tanta que sempre vai faltar acrescentar uma...
Amor pra mim é ser feliz contigo. E felicidade é te amar.
Será que os conceitos estariam invertidos? Sinônimos? Não sei. Só sei que eu te amo!


¹Carta à Bruna de Mesquita pelo aniversário de dois anos de nosso amor. Feliz...

Nova Vida

on sábado, 5 de maio de 2012
Em dezembro de 2010, escrevi dois textos intitulados "Lua Cheia I" e "Lua Cheia II". Não me recordo o motivo da descontinuidade agora. Relendo-os, percebi que foi bom ter parado. Nem mesmo sei se estão bem escritos. Pergunto-me se alguém leu. Se leu, gostou?

Acho que não devo me preocupar muito com isso, e sim jorrar os meus sentimentos, em sua maioria contidos. Ler ou não os ler são duas opções dadas ao leitor. Cabe a ele reservar um tempo a este ofício. Independe de mim...

Textos novos é o que preciso fazer. Conto, crônica, poesia, qual gênero escrever? Quando estou aqui, meus dedos não seguem a razão. Não paro e penso no gênero em que devo basear a minha escrita. Simplesmente escrevo. As palavras vão compondo um todo ainda desconhecido. São como bebês no últero materno, cujo sexo, à princípio, desconhecemos. O tempo é quem, aos poucos, começa a dar graça à Nova Vida. Não me importa saber se vai ser conto ou crônica, novela ou poesia; Importa-me, mesmo, o pranto do recém-nascido, sinal de boa saúde e prenúncio de uma boa vida talvez. Caberá a mim o pré-natal adequado, a fim de que meus filhos possam, com seus gracejos, ser bem apreciados por você.

Não tenho tido tempo suficiente para dar à luz. Também não quero cansá-los com minha falta de criatividade com estes textos sem vida. Farei um esforço para trazer ao Mundo uma nova vida.  Cuido que não deixem de visitar esta humilde casa que aguarda, ansiosa, pela outra dona que saiu a passeio e ainda não voltou.

Primeiro de maio

on terça-feira, 1 de maio de 2012
O dia de hoje foi proveitoso em termo de diversão. É sempre bom estar reunido com os amigos, independente do dia, da hora e do lugar. Não é verdade. Depende e muito do dia, da hora e do lugar. Cada um de nós temos outros compromissos a cumprir. Se não tivessemos, desfrutariamos interminavelmente da brincadeira e extinguiriamos eternamente as nossas responsabilidades, sejam laborais, familiares ou acadêmicas.



Domingo, 29.

on domingo, 29 de abril de 2012
Pessoas, muitas pessoas. Ainda bem que existem e são tão diferentes umas das outras. É o que da graça à vida.

A manhã não foi tão agitada como gostaria. Não posso exigir tanto dela que, por sinal, estava bela e quente. O sol iluminava forte, sem piedade à pele dos alvos rapazes e das alvas moças. A luz vinha tão intensa e perturbadora que nem mesmo os morenos e as morenas, os negros e as negras, nem mesmo estes resistiam ao calor. Todos suavam muito e exibiam expressões faciais que mais pareciam caretas. Sobrolhos frisados, olhos quase cerrados, nariz contraído, boca torta... Eram caretas. Sem querer, faziam-nas e diziam a mim o quão perturbados os passantes estavam. Estes torciam por uma boa chuva. Alguns, enquanto caminhavam, talvez pegassem o terço e rezassem uns Pai Nosso e umas Ave Maria, a ver se o Pai fazia cair uma gota e outra de chuva para aliviar o pesar; Outros, menos crentes ou descrentes, apenas suplicavam a Ele sem reza.

Nada. O Sol veio imponente. A única salvadora da tormenta seria a Noite, que estava longe de chegar.

Passada a manhã, vi-me diante da casa. À tarde, entrei nela e encontrei risos contidos e soltos, ótimos amigos. Meus dedos trabalharam e venceram desafios; meus pés pisavam e faziam-me caminhar por entre os cômodos da humilde residência; minha boca inquieta lançava palavras ao vento, palavras e ditos chistosos, palavras certas e incertas. Diverti-me bastante, como sempre. Às vezes, a melancolia fala mais alto... Às vezes. Não quero, agora, entrar nos motivos que a causa.

Já é tarde. Preciso escrever à minha irmã ainda. Serei breve. Se o cansaço e o sono me derem alguns minutos a mais de vigor, irei visitar meu colega Aires, quem não cansa de fazer seus estudos sobre a bela Fidélia.


Filho Pródigo

on sábado, 28 de abril de 2012
Aí está. Nova cara, espero que mais bonito. A escolha do template não foi demorada. Ao contrário, foi rápida. Tentarei, a partir de hoje, não me furtar da escrita. Escreverei, simplesmente escreverei, textos curtos, médios ou longos. O tamanho, o lirismo, a cadencia, a bagunça, o ritmo, tudo dependerá do estado da minha alma e do meu coração.

Os textos, peço que os acompanhem, se puderem. Sendo eu a mãe deles, ficaria grato se tivessem um pai a acompanhar o crescimento e a evolução das crianças nascidas da pena virtual.

Ademais, expresso a alegria que o retorno do filho pródigo incutiu-me. Apesar de serem poucas as palavras aqui postas, ele voltou para ficar. Tais palavras são as poucas lágrimas que derramou e o vazio de acontecimentos que se formou ao passar dos meses.

Não é intenção dele narrar o passado, e sim contar estórias presentes a usar exemplos passados. Pode ser que venha a narrar só o passado. Não o fará pela razão, isto posso garantir.

Despeço-me. Agora, vou dar uma volta em mim e ver se descubro o que dar de comer e de beber a vocês, meus queridos leitores. A porta da casa está aberta. Entrem e fiquem a vontade. Circulem pelas acomodações do Sentimentos Nus e observem com cautela as simples decorações.

Ah, ia me esquecendo! Nessa casa há outra mãe. Moramos juntos neste espaço, a despeito de não nos vermos. Basta que saibam, nada mais.


Grande Sonho

on domingo, 18 de março de 2012
Quando a indecisão não faz parte das nossas vidas, tudo parece ficar mais claro e mais forte. Quando, sem perceber, pegamos uma vereda que cruza a estrada principal das nossas vidas e sentimo-nos tristes por nos distanciarmos dela, logo nos lembramos de que é nela, na estrada principal, onde verdadeiramente precisamos estar para podermos realizar os nossos sonhos. Quando esquecemos os nossos sonhos, imediatamente recordamo-nos do Grande Sonho de nossas vidas. Quem não tem um Grande Sonho? Quem? Ninguém. Todos sonhamos. É difícil alcançar o Grande Sonho? É, é difícil quando relutamos em querer alcançar, tendo em vista as vicissitudes, ou quando imaginamos que jamais teremos os recursos necessários para conseguirmos.

Não é simples, não é. Não devemos baixar a cabeça ou derramar lágrimas diante da primeira barreira e tempestade insurgente. Devemos, sim, estar sempre de cabeça erguida, com semblante imponente e com o sorriso pela felicidade que queremos tanto abraçar.